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  • Foto do escritorVinicius Lousada

Em Fortaleza, sindicatos apontam caminhos para combater discriminação no local de trabalho

Atualizado: 10 de dez. de 2021

Atividade encerrou ciclo de sessões de Diálogo Social, fruto de projeto desenvolvido pela CNTRV, com apoio do Solidarity Center e Fundação Laudes


Sessão de Diálogo Social da Região Nordeste


No dia 19 de novembro, dirigentes sindicais do Ramo Vestuário da CUT, com base sindical na Região Nordeste, se reuniram para debater ações em prol do combate à violência por razões de gênero e orientações sexuais diversas nos locais de trabalho. Participaram da atividade os sindicatos d@s Calçadistas do Ceará, Ipirá (BA), Itapetinga (BA), têxteis e confecções de Natal (RN), João Pessoa (PB) e Paulista (PE).


As seis organizações comprometeram-se a pautar cláusulas específicas por direitos e proteção a trabalhador@s LGBTQIA+ em suas negociações com as empresas - somando-se a outras dez, das regiões Sul e Sudeste.


A atividade encerra um ciclo de sessões de Diálogo Social promovido pelo projeto "Empoderamento dos Sindicatos Brasileiros do Setor Vestuário para Combater a Violência com Base no Gênero e na Discriminação LGBTQIA+ no Local de Trabalho”, executado pela CNTRV, com apoio do Solidarity Center e da Fundação Laudes.


A presidenta da Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT, Cida Trajano, participou do encontro e reforçou a necessidade de atualização do movimento sindical sobre temas considerados sensíveis.


“Para transformar a realidade, é preciso, antes de mais nada, transformar nossa consciência. Se cada um e cada uma de nós, dirigentes sindicais, não reconhecermos que os locais de trabalho são compostos por homens brancos e negros, mulheres brancas e negras, LGBTQIA+, jovens, etc., jamais seremos capazes de promover uma representação que englobe, de fato, todas, todos e todes”, analisou Trajano.

A sindicalista chamou atenção para a urgência na atualização da ação sindical no que se refere aos compromissos políticos com determinados grupos de trabalhador@s.


“As mulheres, os negros e negras, as pessoas LGBTs, enfrentam, no dia-a-dia da fábrica, problemas que, muitas vezes, nem são considerados ou reconhecidos pelo Sindicato. Como podemos promover uma ação sindical realmente inclusiva e atual, se o conjunto de dirigentes não se atualiza frente a estas realidades?”, questionou.

Regina Lessa, secretária da Mulher Trabalhadora da CNTRV, e presidenta do Sindicato dos Calçadistas do Ceará, entidade anfitrião da atividade em Fortaleza, criticou o fato de o machismo e o preconceito contra pessoas LGBTQIA+ ainda serem fatores persistentes entre sindicalistas.


“Não podemos esquecer nosso lugar no mundo, que é um lugar de resistência e persistência na luta por uma sociedade melhor. É impossível construir um mundo mais justo se não combatermos todas as formas de discriminação e preconceito. Estabelecer novas conexões com nossas bases é uma tarefa que exige que nos livremos do machismo e do preconceito que, infelizmente, estão internalizados nas direções sindicais”.

Arlete Silva, secretária de Combate ao Racismo da CNTRV, reforçou: “quando falamos de combater o racismo, o machismo e a LGBTfobia, não estamos travando uma luta identitária. Reconhecer que estes grupos sofrem violências duplas, triplas, de todas as formas, incluindo aquelas que levam à morte, é uma questão de luta de classe”, destacou.


Leonardo Nelcino, do Sindtêxtil de Paulista (PE), concluiu o painel de exposições. “Sou um sindicalista negro e sei o quanto a discriminação afeta a classe trabalhadora. Não importa o tipo de discriminação, o tipo de preconceito. Tudo isso precisa ser combatido e o sindicato é a principal arma dos trabalhadores. É nosso papel, implementar ações que ajudem estas pessoas a terem um ambiente de trabalho livre de violência de gênero, racial e sexual”.


Deliberações

Após intenso processo de debates e considerações pontuais de cada realidade sindical, a exemplo do que ocorreu nas regiões Sul e Sudeste, as entidades da região Nordeste também assumiram uma série de compromissos para que a ação sindical se torne mais inclusiva.


Confira!

No âmbito da negociação coletiva e campanhas reivindicatórias, os sindicatos se comprometeram em implementar:


Cláusula referente ao respeito e reconhecimento do nome social de trabalhadoras e trabalhadores transexuais.

Cláusula referente ao direito das mulheres e homens transexuais em utilizarem os banheiros de acordo com sua identidade de gênero.

Cláusula referente ao compromisso entre empresas e sindicatos em desenvolver ações de comunicação e formação com vistas ao combate à discriminação por razão de gênero e orientação sexual no trabalho.

Cláusula reforçando os direitos do(da) cônjuge em uniões homoafetivas, sejam eles constitucionais, como o recebimento de verbas rescisórias em caso de falecimento, por exemplo, ou da própria Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho, como licenças remuneradas, dependência em benefícios, etc.

✔ Inclusão do pai ao direito ao auxílio creche.

Desenvolver ações de informação com vistas à erradicação do preconceito e à discriminação sobre o tema LGBTQIA+ no processo de contratação.

Ações de incentivo à contratação de trabalhadores e trabalhadoras LGBQIA+.


Em âmbito interno das entidades sindicais, estes foram os compromissos assumidos:

Desenvolver ações políticas para o fortalecimento de lideranças sindicais LGBTQIA+, com vistas à composição da direção e/ou organização sindical no local de trabalho, além de implementar ações para a consolidação de um sindicato verdadeiramente laico e mais acolhedor à todas, todos e todes, promovendo ações de formação continua junto à direção e trabalhadoras/trabalhadores da base.

Promover ações de sensibilização da diretoria e implementar na pauta de comunicação dos sindicatos (jornais, redes sociais, etc.) temas direcionados ao combate da LGBTfobia, machismo, racismo, etc.




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