Treinamento envolveu dirigentes sindicais do ramo vestuário entorno do tema “Ação Sindical e Combate à Violência”
Como parte integrante da campanha da CNTRV nos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero, dezenas de dirigentes sindicais do Ramo Vestuário da CUT, homens e mulheres, participaram de um treinamento virtual que apresentou a importância de tratar o tema também sob o ponto de vista do mundo do trabalho.
A atividade compõe as ações do projeto Empoderamento dos Sindicatos Brasileiros do Setor Vestuário para Combater a Violência com Base no Gênero e na Discriminação LGBTQI+ no Local de Trabalho, realizado pela CNTRV, em parceria com o Solidarity Center e a Laudes Foundation.
A advogada Emanuela Oliveira de Almeida Barros, que é presidenta do Conselho Municipal de Direitos das Mulheres de Sorocaba, falou do aumento da violência doméstica durante a pandemia. A ativista trouxe dados que revelam a expansão da violência física, psicológica e econômica, no período em que as mulheres (esposas e filhas) ficaram por mais tempo em casa. “Para muitas, a quarentena foi uma sentença de morte”, informou.
Emanuela destacou que mulheres trans estão ainda mais vulneráveis. "São vítimas de feminicídio, estupros e todo forma de violência. São as que menos encontram acolhimento, tanto no âmbito público, quanto pessoal”.
Para Márcia Viana, os dados apontam a necessidade de o movimento sindical buscar ampliar o debate. Muitas dessas mulheres estão no Ramo Vestuário, mas não necessariamente dentro das fábricas. Por isso o conteúdo digital tem mais facilidade de alcança-las.
“A maioria da nossa base é formada por mulheres, mas 70% delas estão em ambientes domésticos de trabalho. Essa realidade precisa ser considerada na nossa ação sindical”.
Por meio do projeto, a CNTRV desenvolve uma campanha digital que integra os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero. Saiba mais
Jandyra Uehara, secretária nacional de Políticas Sociais da CUT, participou da atividade formativa e chamou a atenção dos participantes para a importância dos sindicatos investirem, cada vez mais, na formação de lideranças sindicais.
“Questões de gênero e LGBTQIA+ não são fáceis de debater internamente em nossas instituições, mas é muito importante insistir. Claro que uma mudança na estrutura social não depende apenas dos sindicatos, mas o movimento sindical tem um papel central nessa transformação”, avaliou.
Maria Regina Lessa, secretária da Mulher Trabalhadora da CNTRV, reforçou o compromisso da entidade frente à luta por equidade.
“Assim como temas voltados aos trabalhadores e trabalhadoras LGBTQIA+, debater questões de gênero é uma prioridade para o nosso ramo. Em 2021, vamos continuar debatendo e melhorando nossa atuação junto às mulheres e LGBTs”.
Miro Jacintho, secretário de Formação da CNTRV, concluiu o treinamento falando da importância de homens participarem das atividades de formação e debates sobre questões de gênero.
“A maioria dos nossos sindicatos são presididos por homens e precisamos sensibilizar estes companheiros para esta luta”, propôs.
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