Companheir@s da região Nordeste trocaram ideias sobre o combate às violências de gênero e contra trabalhador@s LGBTQIA+; atividades acontecem dias 13 e 27 para Sul e Sudeste
Foi um sucesso a primeira Roda de Conversa virtual do projeto pelo empoderamento dos sindicatos do Ramo Vestuário para combater a violência de gênero e a discriminação contra trabalhador@s LGBTQIA+ no local de trabalho.
A iniciativa da CNTRV-CUT é realizada em parceria do Solidarity Center e com o apoio da Laudes Foundation.
Depois do primeiro bate-papo, com dirigentes sindicais e trabalhador@s da base da região Nordeste, o projeto também vai promover a atividade com companheir@s da região Sul, no dia 13, e da região Sudeste, no dia 27 de outubro.
As inscrições estão abertas
27/10 - Das 18h às 20h - REGIÃO SUDESTE
Realize sua inscrição AQUI
03/11 - Das 18h às 20h - REGIÃO SUL
Faça sua inscrição AQUI
PELA DIVERSIDADE
O encontro com o Nordeste teve início com a exposição do companheiro Fabrício Rosa. Doutorando em Direitos Humanos, o policial rodoviário federal atua no enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, ao trabalho escravo, infantil e ao tráfico de pessoas.
Fabrício integra ainda a direção da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+ (RENOSP-LGBT) e compõe a Frente Nacional de Policiais Antifascistas.
O policial frisou que, embora a LGBTfobia seja considerada crime no Brasil desde 2019, uma pessoa é assassinada a cada 19 horas no País em crimes de ódio motivados por sua orientação sexual ou identidade de gênero. As travestis são as principais vítimas.
No local de trabalho, muit@s companheir@s LGBTQIA+ também são vítimas de perseguição, assédio moral e discriminação, inclusive já nos processos de seleção. Fabrício frisou que, nas corporações policiais, a situação não é diferente.
“As fofocas e insinuações que tentam ‘tirar colegas do armário à força’ são outras formas de violência (...) É nisso que os sindicatos também devem estar de olho”, ressaltou.
DENUNCIE!
O ativista também explanou sobre o passo a passo de medidas que podem e devem ser tomadas pelas vítimas do preconceito nas empresas: desde o diálogo, com o intuito de resolver o impasse amigavelmente; passando pela busca de ajuda junto a superiores, RH e sindicato; até as denúncias ao Ministério Público e/ou à Polícia Civil.
TABU NAS ESCOLAS E FAKE NEWS
Com a abertura do debate a tod@s @s participantes, ficou evidente, na Roda de Conversa, o quanto estão disseminadas fake news a respeito das questões de gênero e das diversidades sexuais.
Companheir@s compartilharam relatos sobre falsas terapias de reversão (sendo que não existe cura para o que não é doença); sobre mentiras de que textos da Bíblia Cristã seriam alterados por iniciativa do movimento LGBTQIA+; e até sobre a inexistente “ideologia de gênero”, que teria como objetiva ensinar, nas escolas, crianças e adolescentes a serem homo ou transsexuais.
O encontro serviu como oportunidade para que fosse esclarecido de que orientação sexual ou identidade de gênero não são estabelecidas a partir de “escolhas”. Portanto, não podem ser ensinadas.
Além disso, o diálogo coletivo ressaltou a importância de que, em acordo com a pertinência de cada faixa etária, a temática seja desenvolvida por profissionais de educação preparad@s e bem formad@s nas unidades de ensino, visando o combate ao preconceito (inclusive ao bullying escolar), a prevenção de abusos sexuais e, é claro, a formação de futuras gerações prontas para uma convivência inclusiva e respeitosa.
VIOLÊNCIA DE GÊNERO
As dificuldades enfrentadas pelas mulheres no local de trabalho e na vida privada, em um contexto social marcado pelo patriarcado e pelo machismo estrutural, foram abordadas no debate mediado pela companheira Arlete Silva.
Presidenta do SINDICAL/Ipirá (BA) e secretária de Combate ao Racismo da CNTRV, ela destacou pontos que sensibilizaram e dialogaram com a realidade enfrentada cotidianamente por muitas trabalhadoras, inclusive do ramo vestuário.
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